O dia deles começa com preocupação. Será que houve alguma eventualidade essa noite e quais serão os últimos ataques contra os sistemas de TI da empresa?
Ao anoitecer, problemas de concentração e de postura não dão folga aos profissionais de TI. Seu calvário digital parece não ter fim.
Quais serão as categorias mais afetadas e será que todas as terapias e escapadinhas de final-de-semana são a solução apropriada para esses profissionais? Descubra no artigo a seguir.
O sofrimento dos profissionais
Segundo um estudo da universidade alemã de Duisburg, o sono é a parte mais afetada em colaboradores de TI nas empresas. Na lista de incômodos pesquisados com mais de 300 profissionais, entram, ainda, dores nas costas (46%), problemas de memória (45%) e problemas de gastrite e de má digestão com 35%.
Acordar com a sensação de não ter dormido é normal para um quarto dos respondentes e mais de 30% aventam várias vezes ao dia largar tudo e fugir para uma caverna distante no meio da natureza (contanto que tenha internet).
Segundo a Dra. Anja Gerlmaier, especialista em medicina laboral na universidade, o problema surge quando o funcionário não tem um plano de trabalho organizado ou uma agenda fixa. “Tarefas críticas e a falta de planejamento delas são alguns dos problemas enfrentados por esses profissionais”, diz. A distância em casos de trabalho remoto é outro fator que pode contribuir para a estafa profissional. “Esta alocado no Texas, por exemplo, e ser dirigido a partir de um escritório em Hamburgo, norte da Alemanha, é negativo por que o funcionário não tem como transmitir seu estado de cansaço ao superior, seja via email ou em uma conferência virtual”.
As conseqüências de tal rotina são sempre as mesmas: agitação, ansiedade, incapacidade de desligar-se das atribuições profissionais e problemas para dormir.
Resta a pergunta: o que devem fazer os profissionais de TI para dar conta desses inconvenientes?
A Dra. Gerlmaier acha que essa pergunta está errada.
“Profissionais de TI, normalmente, não fumam, praticam algum esporte e tentam cuidar da questão do sono”, diz. “Massagens e terapias orientais também não são a solução para esses colaboradores”, afirma. Segundo a Dra. Shiatsu e outras terapias servem para mascarar uma verdade e transformar o que na verdade é sobrecarga em desafio pessoal.
Gerlmaier dá algumas dicas sobre o que fazer quando um funcionário de TI sente estar sobrecarregado.
1. Nas férias, descanse
2. Horas de descanso têm esse nome justamente por não serem iguais às outras. Por mais difícil que possa parecer, desligue o PC em casa.
3. Experimente sensações contrárias as da rotina de trabalho. Raiva e frustração não devem permear seu tempo livre. Ou seja, se no trabalho a pressão por melhores resultados é constante, procure, sempre que puder, ir até um ambiente livre de pressão, sem cobrança.
Sobre os grupos de risco
Na carreira de profissionais de TI, existem momentos e posições mais propícios para experimentar o famoso “burnout” ou o ataque de nervos profissional.
Iniciantes: assim que recebem o diploma muitos recém-formados passam a incrementar o quadro de funcionários das organizações. Nesse caso, o perigo maior é para quem jamais passou por uma fase de estágios ou de preparo intenso.
Novos líderes: Esse público costuma estar na faixa etária entre os 30 e 50 anos e ser os recém-chegados aos níveis de liderança. Para eles, a tarefa de encontrar seu lugar em meio à organização é tão difícil quanto lidar com a falta de experiência. Ambos podem tornar a existência do profissional um pesadelo.
Colaboradores nômades: A ameaça à saúde é generalizada para colaboradores que vivem com um pé aqui e outro acolá. É o caso, por exemplo, de consultores em constante deslocamento entre a empresa e o cliente. Na análise da Universidade, esse tipo de colaborador tem as taxas mais altas de burnout entre todos.
Colaboradores multitarefa: Normalmente, esses profissionais estão na casa dos 40 ou 60 anos e aglutinam sob seu comando vários projetos de uma vez. Sofrem, além da pressão da idade, a pressão por performance e resultados ideiais – afinal de contas, na visão do empregador, esse pessoal já não é mais nenhuma criança.